EUA assinam documento da ONU pelos direitos dos gays
Por Sue Pleming
WASHINGTON (Reuters) - Numa reviravolta com relação à política do governo Bush, os Estados Unidos decidiram aprovar uma declaração da Organização das Nações Unidas (ONU) que pede a descriminalização da homossexualidade, anunciou o Departamento de Estado norte-americano na quarta-feira.
O porta-voz do Departamento de Estado, Robert Wood, disse que o governo Obama, que assumiu o poder há oito semanas, passaria a se unir a outros 66 Estados membros da ONU que apoiaram em dezembro uma declaração da ONU condenando as violações dos direitos humanos com base na orientação sexual e na identidade de gênero.
"Os Estados Unidos são um defensor sincero dos direitos humanos e crítico dos abusos dos direitos humanos ao redor do mundo", disse Wood a repórteres.
"Como tal, nós nos unimos a outros defensores dessa declaração, e continuaremos a lembrar os países da importância de se respeitar os direitos humanos de todas as pessoas em todos os fóruns internacionais apropriados."
Os grupos de defesa dos direitos dos gays imediatamente saudaram a atitude.
"A liderança do governo nessa questão será uma poderosa reprovação da posição anterior do governo Bush que buscava negar a aplicação universal das proteções dos direitos humanos para lésbicas, gays, bissexuais e indivíduos transexuais", disse Mark Bromley, que preside o Conselho para Igualdade Global.
A Assembléia Geral da ONU permaneceu dividida sobre a questão dos direitos dos gays, com muitos países muçulmanos recusando-se a assinar a declaração por se opor às tentativas internacionais de legalizar a homossexualidade.
Uma declaração rival lida pela Síria na época reuniu cerca de 60 assinaturas na assembléia de 192 países.
Os EUA foram o único país do Ocidente a não assinar o documento pelos direitos dos gays. Todos os Estados membros da União Européia endossaram o documento, assim como o Canadá, a Austrália e o Japão.
De acordo com os responsáveis pelo texto franco-alemão do documento, a homossexualidade é ilegal em 77 países; em sete deles, a punição é a morte.
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