terça-feira, 9 de junho de 2009

Está chegando o dia dos namorados. Pensei em falar algo sobre o amor, o romantismo, relacionamentos. Mas prefiro falar sobre um homem que passou pela vida absolutamente apaixonado. Para ele, todo dia era 12 de junho. Basta dizer que teve 9 esposas ao longo de sua vida! E suas paixões lhe ofereceram combustível para as mais maravilhosas composições, em música e poesia.

Nesta semana onde os corações batem mais forte, não posso deixar de lembrar do nosso “Poetinha”, Vinícius de Moraes.

Diplomata, jornalista, dramaturgo, poeta e compositor, Vinícius tinha uma sensibilidade única. Dizia em sonetos o que ninguém conseguia expressar em palavras. Sobre o amor é difícil dizer. Mais fácil sentir. Poucos conseguem traduzir em frases as batidas do coração. Vinícius conseguia.
Sou fã deste homem incrível e de seu legado. Tenho uma inseparável antologia poética, um livro de bolso publicado pela Companhia das Letras. E obviamente tenho meus poemas preferidos.

“Soneto de Separação”, “Receita de Mulher”, “Soneto do Amor Total”, ‘Soneto de Fidelidade”, “ A Hora Íntima”.

“Quem pagará o enterro e as flores
Se eu me morrer de amores?”
E na música! As inesquecíveis “Insensatez”, “Eu Sei Que Vou Te Amar”, “Samba de Carioca”, “Garota de Ipanema”.
“A Rosa de Hiroshima”, que conhecemos com Ney Matogrosso e a brincadeira de criança “Era Uma Casa, Muito Engraçada, Não Tinha Teto, Não Tinha Nada...”, chamada “A Casa” também são de Vinícius de Moraes.

Gostaria de falar mais sobre ele, mas sua vida é tão intensa e tão longa, que não caberia tudo aqui. Mas indico um site: www.viniciusdemoraes.com.br
Sugiro ainda o filme “Vinícius”, de Miguel Faria Jr, lançado em 2005. São dois DVD’s que vem com um manuscrito de um poema em papel vegetal.
Deixo então aos namorados, noivos, casados, ficantes e enrolados, uma das obras mais bonitas do poeta Vinícius de Moraes. Feliz 12 de junho!

Soneto do Amor Total

Amo-te tanto, meu amor ... não canteO humano coração com mais verdade ...Amo-te como amigo e como amanteNuma sempre diversa realidade.Amo-te afim, de um calmo amor prestanteE te amo além, presente na saudade.Amo-te, enfim, com grande liberdadeDentro da eternidade e a cada instante.Amo-te como um bicho, simplesmenteDe um amor sem mistério e sem virtudeCom um desejo maciço e permanente.E de te amar assim, muito e amiúdeÉ que um dia em teu corpo de repenteHei de morrer de amar mais do que pude.

ctavares@novabrasilfm.com.br
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